domingo, 22 de dezembro de 2013

PAPAI NOEL é São Nicolau e nasceu em Patara - Monteverdi - L'Orfeo - Savall



Papai Noel nasceu nesta cidade. Ele existe. Eu amo Papai Noel.



De Patara, pegamos uma van para outra van maior, que ia passar na estrada, tudo correndo tudo voando, para não perdermos a condução que nos levaria a Fethiye. Cidade onde esteve enterrado o Papai Noel, até seus restos mortais serem transportados para Bari, na Itália. Sim, ao contrário do que muitos pensam, ele existiu. O lendário Papai Noel é São Nicolau, e não é lapão, é bizantino, de Patara, na Lícia, atual Turquia. Vejam o que eu copiei de uma página da net.

São Nicolau é a figura do querido Papai Noel.

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1186664632Nicolau é amado e muito querido por todos os cristãos do Ocidente e do Oriente. Sem dúvida alguma é o Santo mais popular da Igreja. Ele é Padroeiro da Rússia, de Moscou, da Grécia, das crianças, das moças solteiras, dos marinheiros, dos cativos e dos lojistas. Por tudo isso, os dados de sua vida se misturam às tradições seculares do cristianismo.
Filho de nobres, Nicolau nasceu na Ásia Menor, na metade do século III, provavelmente no ano 250. Foi consagrado Bispo de Mira, atual Turquia, quando ainda era muito jovem e desenvolveu seu apostolado também na Palestina e no Egito. Segundo alguns historiadores, o Bispo Nicolau esteve presente no primeiro Concílio, em Nicéia, no ano 325.
Após a morte dos seus pais, São Nicolau herdou uma grande fortuna a que começou a distribuir entre os pobres. Ele se empenhou em ajudar secretamente, para que ninguém pudesse agradecer-lhe. São inúmeras as histórias de milagres que cercam a vida de Nicolau.
Após a sua ordenação, São Nicolau resolveu: "Até agora eu pude viver para mim mesmo e para a salvação da minha alma, mas daqui em diante todo o momento da minha vida deve ser dedicado aos outros." E esquecendo a si mesmo, o Santo abriu a porta de sua casa a todos e tornou-se o verdadeiro pai dos órfãos e pobres, defensor dos oprimidos e benfeitor a todos.
Morreu no dia 06 de dezembro de 326, em Mira. O documento mais antigo sobre ele foi escrito por Metódio, Bispo de Constantinopla, que no ano de 842, relatou todos os milagres atribuídos a Santo Nicolau.
Reflexão:
A tradição diz que Nicolau, costumava fazer doações anônimas em moedas de ouro, roupas e comida às viúvas e aos pobres. Dizem colocava os presentes das crianças em sacos e os jogava dentro das chaminés à noite, para serem encontrados por elas pela manhã. Dessa tradição que veio a sua fama de amigo das crianças. São Nicolau é a figura do querido Papai Noel.
Oração:
Senhor, pelos méritos de São Nicolau, concedei-me a graça da bondade e zelo para com os mais aflitos, necessitados e em especial para com as crianças. Que eu saiba aprofundar em mim os dons que me destes, colocando-os em prática. Livrai-me da omissão e da preguiça. Amém.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR.




O design atual do Papai Noel gorducho, de vermelho, risonho hohoho, é alemã.
O comércio parece que gostou mais desta versão. E a criançada também.

Feliz Natal!
E para comemorar esta data, nada melhor que uma música.
E como, na Turquia o Natal é uma data "de turista", pois a religião oficial é o Islã, a canção será pagã, sobre a lenda de Orfeu e Eurídice, de Claudio Monteverdi, que eu gosto tanto.
Que seja um Natal de luz. Fiquem com Deus. Depois eu volto, contando sobre Fethiye e muito mais, sobre esta grande viagem.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Comida turca.



Terraço da Golden Pensyion, em Patara. Procure as uvas.



Já ouvi algumas pessoas falarem mal da comida turca, não desminto, pois cada um tem seu gosto, mas...
Comer bem na Turquia é fácil.
Em todos os hotéis, de manhã, há o Kahvalti. É o café da manhã turco, sempre acrescido de algo mais, mas o básico é o seguinte:
Um ovo cozido, pão, salsichão, queijo amarelo, queijo branco, saladas de folha, pepino, tomate, azeitoninhas pretas, chá ou café à vontade.
Além deste prato básico, alguns hotéis servem  um sortimento de geleias, yogurtes, börek (friturinhas de massa com queijo),bolo, biscoitinhos, frutas frescas, frutas secas, simit, leite, cereais, menemen (um prato de ovos com tomate refogados que lembra ovo pochê), enfim, bastante coisa. Em cada hotel isso vai variar.
Para almoçar, você pode comer na rua, um lanche, como um zigara de shish kebap (churrasco horizontal ou vertical) de galinha ou carne, um sanduiche de peixe com salada, dependendo do lugar onde você está.
Nos restaurantes, há sempre uma variedade grande de meze, que são os pratos frios, fartos e deliciosos, como charutinhos de folha de uva, pimentão recheado, pastas diversas de beringela, abobrinha, grão de bico, favas, falafel, espinafre com cogumelos, fora os pratos de carne que eu não sou muito chegada. Saladas bárbaras, mesmo que sejam sempre com alface, tomate, pepino, salsinha, cebola, cenoura ralada, beterraba ralada, azeitona, sempre varia o molho ou a maneira de apresentar, um temperinho mais picante ou aromático, enfim, sempre tem algum toque diferente.
Os pratos quentes são mais monocórdios. Kebap de frango ou carne de vaca ou carneiro, peixes grelhados, casseroles de frango, carne, camarão, servidos com legumes. Tem arroz, de dois tipos, o arroz turco, com safflower e frito na manteiga, arroz branco, normal. Feijão também tem, só que feijão manteiga com molho de tomate. Come-se mais pão e batata do que arroz, como guarnição dos pratos quentes. Come-se muita salada, também, e doces e mel junto com a sopa. Não é igual ao que se come todo santo dia no Brasil, mas você escolhe o que está a fim. E também, você quer tudo igual?
Tá, tem alguma refeição que vai deixar você insatisfeito. Em quarenta e dois dias, eu não adorei quatro!
Não, não vou colocar retratos de comida, pois não tirei nenhum.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Xanthos


Tumba lícia
Por que este nome? porque o rio que passa em Xanthos, tem o solo amarelado, fazendo-o ficar amarelo, xanthos, em grego. Esta cidade também é bem antiga, como todas da Anatólia.
Muitas vezes, quando estamos viajando, por sermos totalmente ignorantes do que nos cerca, perdemos muitas oportunidades, trocamos a ordem das coisas, marcamos bobeira. É muita informação!
Em Xanthos, parece que isso aconteceu. Tomamos a condução para a cidade de Kınık, terra da azeitona e do azeite, e ao lado da entrada da cidade, já é Xanthos. Só que não sabíamos que há, no vale abaixo, a uns 2 km de lá, o templo de Leto, o Letoon, que deixamos de ver. Isto porque a cidade antiga e a nova se interpenetram, sem sabermos ao certo onde uma começa e a outra termina.
Além disso, que calor! Chegamos em Xanthos às dez da manhã e o sol já estava fritando. Durante a visitação bateu meio dia e sem a perspectiva de uma praia ou algo para refrescar, além da pouca sombra dos arbustos.
Trocamos a ordem, deveríamos ter ido a um cânion que tem por lá, fresquinho e agradável, perto do mar, ao meio-dia e, na volta, irmos a Xanthos, com o sol baixando. Mas tem dia que não é o dia...
Mosaico da catedral bizantina

Em Xanthos me sentia ameaçada, passava depressa pelos corredores mais estreitos, como se algo fosse me atacar, o sol a pino afastou os turistas, tinha muito pouca gente e o ônibus que chegou era fretado com turistas franceses, já com guia; dirigiram-se exatamente para o local de onde estávamos saindo, portanto não os encontramos mais. Andamos por ruas e cantos retirados da cidade, necrópole, outro teatro, ainda maior, colunas e muros cobertos por moitas, algo como uma grande tristeza indecifrável, um não sei quê que me dava vontade de chorar...
Estela trilingue: hitita, lício e grego, uma em cada face
Esperei ser conduzida de volta, já feliz ante a perspectiva de passar a tarde na praia de Patara, comendo lulas e tomando cervejinha, ao vento abrasivo, que faz com que a areia penetre em todo lugar. Esfoliante!
Tirei fotos do que era lindo, mas tinha o que estava coberto, como os lindos mosaicos da basílica bizantina, que não podem ficar expostos às intempéries; o que foi saqueado, como os afrescos do túmulo e muitos outros objetos, que se encontram no Museu Britânico, e o que deixei de ver.
Entendi mais, ao ler os folhetos sobre Xanthos. Era uma cidade lícia importante e tem algumas estelas e inscrições em grego, hitita e lício, o que fez com que se entendesse a língua lícia, e a língua hitita, com maior facilidade, e também informações sobre comércio, política e conquistas do período anterior a o primeiro milênio antes de Cristo.
Xanthos também foi importante centro cultural para os povos da Lícia, primeiramente, mas depois para os persas, gregos e romanos. Estudantes afloravam de todas as partes, até a queda do Império Bizantino, no século XV, quando os otomanos abandonaram a cidade velha. E porque os sultãos não estavam muito interessados, as ruínas de cidades antigas ficaram livres para serem saqueadas, por quem ousasse empreender o saque! Muitas peças de museu foram devolvidas, mas nada do que foi transportado para a Inglaterra veio de volta...
Túmulo de Payava  - afrescos replicados do Museu Britânico
Como os afrescos originais do túmulo de Payava. Herodoto e Apianos, ambos descrevem a conquista da cidade, por Harpagus, a mandado do Império Persa, em 540 AC. Harpagus venceu os exércitos lícios e a população de Xanthos se refugiou no centro da cidade. Os lícios, então destruíram sua acrópole, mataram suas esposas, filhos e escravos e fizeram um ataque suicida aos persas, a quem não queriam se submeter. Somente escaparam 80 famílias que não se encontravam na cidade. A partir deles e dos persas que dominaram Xanthos, a cidade foi reconstruída.
Mas foi destruída entre 475 e 470AC, nas guerras greco-pérsicas. No final do mesmo século, a cidade foi reconstruída. Entregaram-se voluntariamente a Alexandre teve um governo macedônio, mesmo depois da morte de Alexandre.
Foi a cidade conquistada pelos romanos, em 42 AC, por Brutus, e os Xanthios não gostaram nada e então repetiram o suicídio coletivo!!!
Não foi por menos que me sentia tão estranha naquela cidade...
Mas agora, estou preparada. Se algum dia eu voltar àquela região, vou fazer esta visitação mais detalhadamente.
Há maneiras e maneiras de nos tornarmos eternos, os Xanthios tiveram a sua forma de me impressionar, mesmo depois de tanto tempo.
Xanthos. Mais uma cidade eterna. 



Tudo se amontoa no cenário.
O cenáculo se ancestraliza.
Buscaremos a eternidade 
até que a vida nos pareça
grande demais para ser eterna.

(Eros - Pça da República, 1967)

domingo, 15 de dezembro de 2013

Patara, tradução e mais coisinhas.

Portal da cidade de Patara - nesses escrínios, havia estátuas.

É uma das maiores praias do Mediterrâneo, quase 20 km de areia grossa e mar aberto e batido e ventos constantes que esculpem as rochas calcárias em formas fantásticas. Esta é a praia de Patara, mas não há um hotel à vista, porque atrás da praia, está a cidade romana de Patara, outrora um porto de grande importância e capital da Lícia. Espalha-se sobre uns dez quilômetros quadrados e perdeu algo de sua magnificência, pois o rio em que os navios chegavam ao cais, assoreou e mudou de direção, deixando a cidade no meio de lagoas salgadas. Mas as ruínas sublinham a importância desta cidade tão romana. Grandes balneários, um anfiteatro, como o de Éfeso, encravado na encosta da colina e um bouleiterion e uma ágora recentemente restaurados (com verba de particulares), fazem Patara impressionante.
Teatro
O imperador Adriano passou por Patara no ano 131 AD, em seu caminho para a Judeia e um grande celeiro foi construído em sua homenagem, ou sob suas ordens. Relendo Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar, fica claro como o investimento, junto com a Pax, eram suas maneiras de consolidar o Império. O celeiro também mostra a importância do porto no comércio de grãos, com o Egito. Na nossa segunda visita, fui ver, ao leste, o tanque cavernoso, construído para captar a água da cidade. Vinte quilômetros de canos de pedra e cerâmica, traziam água fresca e limpa para a cidade e era redistribuída a partir desse tanque, que diminuía a pressão. É um estonteante feito de engenharia, mesmo sendo construído por mãos escravas.
Atrás da cidade romana, há a pequena vila de Gelemis, que alimenta os turistas. É um lugar sonolento, a não ser no verão, onde eu até vi um gato dormindo recostado na barriga de um enorme cachorro. Ninguém contou a eles que são inimigos naturais. Grandes restaurantes abertos, com seus fornos a lenha onde as mulheres cozinheiras deixam de lado sua timidez natural e convidam aos passantes que experimentem suas panquecas (gösleme) e pizzas (pide).
À noite, as praias se esvaziam e deixam suas areias para as tartarugas. A área é um grande parque natural, mas se você pega a estrada até a entrada das ruínas, a lua ilumina um edifício caído e uma coluna quebrada e eu imagino o som de risadas e de água caindo, vindo das termas. Patara, a cidade das cidades.
Restauração da casa do senado, ágora e bouleiterion, com as pedras originais, trazidas de uma pedreira distante.
Esta tradução e todas as fotos foram feitas por Ane.

Agora minhas impressões sobre Patara.
Muito e muito antes dos romanos tomarem Patara, esta cidade fora visitada por Alexandre, o Grande, no século III, antes de Cristo. E muito antes ainda, fora capital da Lícia, onde Belerofonte foi acolhido pelo rei Iobates e onde a Chimaera fazia suas vítimas. Belerofonte era filho de Pósidon e Eurimeideia. Matou um tirano de Corinto, seu irmão Beleros e teve que fugir para Tirinto, onde o rei, Preto o purificou. Anteia, a mulher de Preto, se apaixonou por Belerofonte e ele se recusou a ficar com ela, então ela foi contar ao rei Preto, que ele havia tentado seduzí-la. Preto, então enviou Belerofonte para Iobates, seu sogro, com ordem de que o matasse. Iobates não quis matar um hóspede, então pediu que destruísse a Chimaera, que devastava o país, destruindo o gado. Atena revelou ao herói que somente cavalgando o Pegasus, ele conseguiria destruir o monstro. O resto da história já conhecemos.
Basílica bizantina, com sarcófagos ao fundo
Desde esta época, há milênios AC, Patara existe. Os romanos e os bizantinos vieram bem depois.  A cidade manteve sua ocupação até a chegada dos otomanos, no século XV AD.
A maior produção da região é a azeitona. Em todo lugar que se olha, se vê uma oliveira, ou muitas. As estufas também, estão perto das ruínas e em qualquer fresta entre duas pedras, cresce alguma coisinha, um pé de beringela ou pimentão, uma aboboreira ou pé de tomate que ninguém plantou. Loureiros e figueiras, pereiras e marmeleiros fazem parte do lindo pomar onde as romãs predominam. As uvas de Patara são famosas, bem como o gado miúdo. Sim, alguns carneiros e bodes foram selecionados para serem sacrificados no Bayram, a festa do final do Ramazan. Fotografei alguns dos expiatórios, um animal mais belo que o outro. Afinal, as oferendas devem ser perfeitas. E o costume existe - literalmente - desde que o mundo é mundo. E é claro, os bichos não gostam nada disso e se defendem como podem. Fogem, coiceiam, cabeceiam, dão marradas, mordem, ameaçam, e sempre perdem, porém fazem um escândalo. Isso acaba deixando o festival do Bayran um pouco mais engraçado. Eu torço pelos bichos, é claro e fotografei alguns magníficos.
Este caprino já era!



 Estava um sol imenso e um calor abrasante. Suávamos e apesar de termos saído bem cedinho, depois de termos andado por Patara, fazia muito calor. Encontramos uma lojinha que tinha um freezer com muitas garrafas de água e um pequeno oásis!
Sim, uma senhora vendendo frutas e saquinhos de sálvia selvagem, coletada nas ruínas.
Paramos um pouco para nos refrescar.
Ficamos sentados à sombra de uma alcarobeira e degustamos uvas frescas. Depois a senhorinha apareceu com uma  bela romã, partiu para vermos como se faz, e traçamos aquela fruta cor de vinho nos lambuzando muito.
Estas calças shalwar são uma delícia.
Fazendo força para cortar a casca da romã
Não foi a primeira nem a última vez que conversei com um (a) turco (a), falando em português e a pessoa respondendo em turco. Línguas humanas. O que é necessário, a gente entende. E muito bem!
Furtivamente eu a fotografei bem de pertinho, enquanto, toda compenetrada, nos ensinava a comer romã (gigante).












Em Patara, atrás das termas romanas, há um tufo enorme de palmeiras. Este é um dos dois locais no mundo onde pode ter nascido o deus Apolo. Sim, reza a lenda que Leto, a mãe de Ártemis e Apolo, deuses asiáticos, sofria as dores do parto e procurou em vão, um lugar para pousar. Ática, Eubeia, Trácia, ilhas do Mar Egeu, mas temendo a cólera de Hera (ciumenta de Zeus, o pai dos gêmeos), ninguém lhe hospedava. Apenas Astéria, sua irmã, lhe deu abrigo na ilha Ortígia, que era flutuante, não fazendo parte da terra. Leto pariu agarrada à única árvore da ilha, uma palmeira, que desde o nascimento de Apolo, transformou-se numa linda touceira de palmas. Diz também, a história, que a ilha Ortígia derivou e eventualmente encalhou no rio de Patara. E lá está a linda touceira de palmas, para provar que Apolo existe.
Apolo nasceu aqui.
(entre dois açucareiros...)

sábado, 14 de dezembro de 2013

Patara - in English

It's one of the longest beaches of the Mediterranean, almost 20km of rough sand and an open and choppy sea with a constant wind which carves the calcareous rocks into fantastic shapes. This is Patara beach but there is not a hotel in sight because behind the beach is the Roman city of Patara, once an important port and capital of Lycia. It is spread out over some ten square kilometeres and has lost some of its magnificance for the river in which ships arrived has silted up and changed direction leaving the city between salt marshes. But the ruins underly the importance of this so Roman of cities. Large baths, an amphitheatre like Ephesus, carved into the hillside and a newly restored (with private money) bouleterion and agora, make Patara impressive.
Reconstrução do bouleiterion e da ágora
The Emperor Hadrian, passed through in AD 131 on his way to Judea and a large granery was built either in his honour or by his order. Re-reading Memoirs of Hadrian, by Marguerite Yourcenar, it is apparent how Hadrian's building program and investment along with the Pax was his way of consolidating the Empire. The granery also shows the importane of the port in the grain trade with Egypt. On our second visit I went East to the cavernous pool built to capture the city's water supply, 20 km of stone and ceramic pipes brought  cool clean water to the town where it was redistributed from this pool. It is a mind-boggling feat of engineering even if it was carried out by slave labour.
Termas
Behind the Roman city there is the small village of Gelemis which caters for the tourists, a sleepy place unless in summer where I even saw a cat sleeping on the belly of a large dog, nobody had told them they were natural enemies. Large open restaurants with their wood fires where the women cooks throw off their natural timidity to call out to passers by to try their pizzas (pide).
At nightfall the beach empties and the sands are left to the turtles, the whole area is a natural park but if you take the road as far as the entrance to the ruins, the moon picks out the flatened edifice and a broken column and I imagine the sound of laughter and splashing water coming from the baths. Patara, city of cities.
Patara,, vista do portal de entrada da cidade

Omar Faruk Tekbilek - Sufi.avi


Em Antalya, vi um pequeno grupo de gansos selvagens indo embora para o sul.
Quando estávamos na praia, em Çirali, vimos um grou, na volta para a Fire Pensiyon. Pensamos que fosse uma garça azul, mas era meio grande, o bico era curto demais. No dia seguinte, para confirmar, vimos um par deles em Olympus. Percebi que eram grous, por causa do desenho da asa. Vimos revoadas de pássaros em diversos lugares, uma de surpresa em Nemrud, uma de corvos, em Selçuk, uma de andorinhões, perto de Safranbolu, uma de despedida, a caminho de Istambul, com suas gaivotas, corvos bicolores e pombas, e muitas outras. Patos marrecos e aqueles bichinhos que andam sobre a água fazendo cara de invocados. Muitas. As aves de lá também gorgeiam. Mas não como a sabiá, que está bagunçando meus vasos, lá no quintal! Ah, sabiá!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Sobre Kaş e alimentação.




E depois de algumas horas de ficar embevecida, pela janela do dolmuş, a comer com os olhos cada prainha deserta, cada ruína, cada riacho, cada rochedo, cada ilha, chegamos a Kaş, uma cidade lícia, pequenina, antigamente chamada de Antiphelos, em contrapartida a Phelos, outra cidade lícia, que passamos pelo caminho, com intenção de voltar, para ver, mas acabava sendo tão complicado, que desistimos. Kaş foi escolhida porque era ponto de passagem, porque acolheu como moradia os nobres do Império Otomano, depois da proclamação da República, porque é linda, tem algumas tumbas lícias que quisemos ver e porque adoramos comer!
tumba lícia

as ruas são todas floridas

Hospedamo-nos no hotel Kayahan, que foi digno de nota. A proposta do hotel, além da hospedagem, era uma taça de vinho turco grátis, ao por de sol, no terraço do hotel. Também era servida uma refeição convidativa a preço fixo, com meze (pratos frios) à vontade, mais um prato principal. Sobremesa, também, à vontade.
Nosso maior erro, foi ter almoçado, na cidade, às 15h !!! O jantar do hotel era supimpa e saímos do terraço empanturrados.
As coisas novas começavam a acontecer. Um carrinho vendendo amêndoas frescas geladas! Ah, que calor! Caía bem com um bom sorvete de mastika com pistache. Descobrimos que era o mundo maravilhoso das compras, que havia de tudo que era bugiganga turca para turista comprar, que a especialidade da cidade era artesanato em prata. Descobrimos que o mais difícil em Kaş, era encontrar algum barzinho ou casa noturna que tocasse música turca. Fomos convidados para assistir a um show de música ao vivo, chamado Show da Integração Social. Plena segundona, vamos lá! Nada a perder. Uma moça cantou músicas de Amy Winehouse e uma menina de uns 10 anos, cantando jazz, como gente grande, simplesmente ARRASOU! Um prodígio! Adoramos.
No dia seguinte, o kahvaltı (café da manhã) do hotel era desbundante!!! Yogurtes de 4 tipos, geleias (até de beringela), cereais, todos os tipos de chá e café, pães, queijos, bolos e os tradicionais salsichão, ovo cozido, salada, pepino, tomate, azeitona. Uma festa.
Durante o dia vimos um espetáculo divertido: Mr. Walsh comprou o primeiro tapete. Um kilim tribal maravilhoso! Gostei muito.

Vista do terraço do Kayahan - ilha grega.

Desde a nossa primeira visita a Istambul, sabemos que ninguém vai à Turquia comprar tapetes, mas é muito raro sair de lá sem nenhum. E estava mesmo na hora, de começarmos a encher a bagagem. E foi assim.
Na cidade, há passeios de barco às ilhas gregas. Sim, as ilhas todas pertencem à Grécia, por mais perto que estejam da Turquia!. Do terraço do hotel, pode-se ver uma delas, logo em frente. De acordo com quem foi, nas ilhas tem uma rua, com lojinhas que vendem gregas bugigangas, e 4 horas de espera
pelo barco de volta! Foi outro passeio que nós não fizemos muita questão de fazer.
Alguns tipos de meze (tem muitos tipos mais...)
Ao cair da tarde, estávamos a postos no terraço do hotel, dispostos a comer tudo que tínhamos direito, desta vez. Começamos a conversar com a garçonete, Katie, que é australiana, portanto fala inglês, e ela contou, que uma vez veio passear na Turquia, hospedou-se no hotel Kayahan, adorou a comida, foi cumprimentar o "chef" e acabou casando-se com ele. Ela tinha razão! Ele, além de ser excelente cozinheiro, é um belo rapaz!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Viagem curta

Pegamos um dolmuş para Kaş, antes do almoço.
Enquanto viajamos, umas historinhas do Nasredin Hoca (diga, hodja).

CAIU UM MANTO

Ao ouvir um forte estrondo, a mulher de Nasrudin saiu correndo até o quarto.

"Não precisa se preocupar", disse o Mullá, "foi apenas meu manto que caiu no chão".

"O quê? E fez um barulho desses?"

"Sim, é que na hora eu estava dentro dele".




O ANÚNCIO

Nasrudin postou-se na praça do mercado e dirigiu-se à multidão:

"Ó povo deste lugar! Querem conhecimento sem dificuldade, verdade sem falsidade, realização sem esforço, progresso sem sacrifício?"

Logo juntou-se um grande número de pessoas, todas gritando em coro: "Queremos, queremos!"

"Excelente!", disse o Mullá. "Era só para saber. Podem confiar em mim.Lhes contarei tudo a respeito, caso algum dia descubra algo assim."




O BARCO E O HOMEM LETRADO

Em dada ocasião, Nasrudin estava em um barco com um homem letrado, quando o Mullá disse algo que contrariava as regras gramaticais.

-Você nunca estudou gramática? - perguntou o homem letrado.

-Não, nunca - respondeu Nasrudin.

-Neste caso, metade de sua vida se perdeu - retrucou outro.

Nasrudin ficou em silêncio durante algum tempo, quando finalmente falou:

-Você nunca aprendeu a nadar? - disse o Mullá ao homem letrado.

-Não, nunca - este respondeu.

-Então, neste caso, toda a sua vida se perdeu. Estamos afundando.


APRENDIZADO

"Como foi que você aprendeu tanto, Mullá?", perguntaram certa vez a Nasrudin.

"Falando muito", respondeu ele.

"Vou colocando em seqüência todas as palavras que me vêm à mente. Quando eu fico interessante, posso ver o respeito no rosto das outras pessoas. Na hora em que isso acontece, começo a tomar nota do que disse".

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Chimaera - Çıralı Yanartaş



Chimaera (quimera), aquele monstro com cabeça de leão, cabeça de cabra, garra de águia e rabo de cobra, que soltava fogo pelas bocas. Foi destruída por Belerofonte, montado no cavalo alado, Pégaso. Sim, o mesmo Belerofonte que fundou Termessos e por lá reinou, até morrer. Quem quiser, que pesquise mais, se quiser conhecer a lenda desse herói. A lenda, que faz parte de uma mitologia, acaba ficando muito real, quando estamos na Anatólia. Quando Belerofonte venceu a quimera, que era um bicho eterno, ele a enterrou em uma montanha da Lícia, seu corpo virou pedra, mas ela continua soltando fogo pelas ventas e cabeças, até hoje.
Esta é a lenda, mas o fogo da quimera era o farol que avisava os marinheiros do cabo que avança para o mar, em Çıralı.




Dizem que no inverno as labaredas crescem ainda mais, pois ao esfriar, a pressão aumenta.
Este fogo sai da terra, por causa da alta atividade metamórfica da região. São rochas que geram gás, dentro da terra, como a chaminé de um vulcão, que lentamente despressuriza, exala gases que ao estar em contato com o oxigênio do ar, entram em combustão espontânea. Há muitas dessas "vents" também no fundo do mar, mas estão sob pressão, com a água do oceano sobre elas, não carburam, mas soltam seus gases, com fumaças negras que misturam-se com a água, dando origem a todo um ecossistema independente da fotossíntese, pois quem realiza as sínteses orgânicas, são arquebactérias quimiosintetizadoras. Sintetizam sua glicose a partir desses gases que saem das fendas do vulcão, usando esta energia telúrica, para fabricar seu alimento, servindo daí como fonte de produção para as longas cadeias alimentares marítimas, mesmo que seja a uma profundidade abissal e totalmente no escuro.
A fórmula dos gases é a seguinte:

Com a maior porcentagem é de metano, a chama se mantém viva mesmo sob chuva.
Seja lá qual for a explicação, o fato é que a Chimaera ainda lança suas chamas históricas, na praia onde os atletas iam buscar o fogo eterno para acender as tochas perpétuas dos jogos olímpicos.

As ventarolas se situam bem no alto da montanha de Yanartaş (palavra que quer dizer cratera de vulcão). Para chegar até elas você tem que subir uma escadaria enorme, de um quilômetro de comprimento, morro muito acima, à noite, pois para serem melhor observadas, as chamas devem ser vistas à noite. A subida foi cruel, com nossas 3 lanterninhas de led, da lojinha de R$1,99. Cansou, viu!!!!
 Agora, bem depois de ter visitado o sítio só de noite, me veio a ideia de que deveríamos ter ido no final da tarde, antes do por do sol, para podermos observar todo o sítio, com maior visibilidade. Lá em cima, há um templo em honra de Hefestos, o deus do fogo e da metalurgia. Não está em boas condições, mas ainda assim gostaria de tê-lo visto com maior detalhe, ter observado as chamas durante o dia e depois à noite. Mas não tem importância. Vi o que vi e a emoção foi muito grande!!!
As flamas da Chimaera são mesmo divinas.

Pedimos para alguém nos fotografar, sem flash, somente com a luz das chamas e ficou assim:




 Sempre nos esquecemos da volta... Sim, porque todo caminho que se percorre na ida, na volta é a mesma coisa, senão pior, quando é morro abaixo, pois temos que descer freando o passo e isso é muito difícil para mim. E fui, em nome de Hefestos, descendo aquela enorme escadaria, pedindo à divindade, que me poupasse até o final da descida. Dito e feito. Só desabei quando faltavam apenas uns vinte degraus e dizendo, "obrigada, Hefestos."


Na manhã seguinte, fui me recuperar nadando bastante, despedindo da linda praia de Çıralı Yanartaş e me prometendo, um dia, voltar, Inch'Allah.




sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Olympos, o porto.




Termas romanas



Não, não é o monte Olimpo (há umas vinte ou mais montanhas com este nome), nem a cidade grega de Olympia, de onde vem os Jogos Olímpicos, mais uma cidade portuária, porto que servia a Lícia, onde paravam os barcos gregos dos atletas que iam buscar o fogo da tocha olímpica, em Chimaera, alí pertinho...

Infelizmente o ser humano come diversas vezes ao dia, tivemos que parar um bom tempo para almoçar e descansar, antes da próxima visitação. Com meus problemas de locomoção, aproveito qualquer desculpinha para sentar, relaxar um pouco as vértebras, pés, joelhos, soltar os braços. Outro grande problema é que não posso ver uma loja que venda sabonetes ou óleos essenciais, que eu vou demorar. E foi o que aconteceu em Kumluca, a cidade dos tomates, beringelas e pimentões. Pois quando vc chega no trevo, alí está uma estátua de um gigantesco tomate e beringelas e pimentões, compondo o cenário. Por todo lugar que se olha, só se vê estufa de hortaliças, hortaliças estas, que são enormes, orgânicas e deliciosas. Acabam por compensar a feiúra de tanto plástico branco.
Cabe aqui uma explicação: Na Turquia, por onde se anda, no interior, há algum monumento erigido em homenagem à maior produção do lugar. Meio kitsch, ou talvez muito, porém a cidade valoriza seu produto principal, de alguma maneira. Em volta deste monumento, que está em algum local público e bem visível, tem sempre um jardim, chafariz, ou algo assim. Yenikoy, cidade das romãs; Malatya, dos damascos; Amasya, das maçãs; Isparta, das rosas; Safranbolu, do casaredo e do açafrão, e assim por diante.*
Então, em Kumluca encontramos uma loja que vendia frutas secas, sabonetes e óleos essenciais... Demorou!
Com isso, chegamos ao porto de Olympos quase no por do sol. Tínhamos muito pouco tempo para percorrer a grande cidade, mas fizemos o possível para dar uma olhada geral em tudo, e eu um pouco mais, porque me perdi, lá dentro e demorei para encontrar o caminho de volta.
Ao entrar em Olympos, há uma placa dizendo: "É proibido acampar nas ruínas ou na praia. Horário de visita: das 8h às 20h. O resto do tempo, a praia é da Natureza e das tartarugas. Obrigado". E eu achei que aquilo fazia um tremendo sentido! Mais adiante veria placas semelhantes em Patara e Fethiye. Por alí, desovam as tartarugas Caretta caretta. Mas que pena, às 20 h, já está escuro e no escuro a gente se desorienta.


Armazém portuário e loureiro selvagem
Ruínas da ponte sobre o rio

caverna habitável




No meio de Olympos passa um rio, mas este era caudaloso o suficiente para dividir a cidade em duas bandas. Havia uma ponte, perto do farol, mas foi derrubada por terremotos. E muitos armazéns, também.Quando estávamos lá, o rio estava baixo porque não chovia bastante desde o final da primavera. As chuvas estavam começando. Agora o rio deve estar cheio.
Perto de Olympos, há cavernas onde certamente moraram hominídeos primitivos, é só olhar a sua situação: perto do mar e da água doce, em local de difícil acesso, quer dizer: fartura de caça e pesca, boa defesa e visibilidade.
Em Olympos muito aconteceu ao longo dos milênios, inclusive é lá a montanha Solymi, de onde Pósidon lançara maldições sobre o barco de Ulisses, na Odisseia, de Homero. Com isso desencadeou uma tremenda tempestade, destruindo seu navio, indo Ulisses parar na ilha de Nausícaa.
A cidade é muito antiga, sendo as primeiras moedas cunhadas, do século II AC. Foi ocupada por piratas cilícios, até o século I AC, mas no ano 78 AC, foi anexada ao Império Romano.
A noite foi caindo e eu me perdi nos labirintos da cidade. Sozinha e perdida e de noite e com medo. Minha única referência era um sarcófago enorme, de um devoto de Dionísio, com uma bacanal esculpida nas laterais da tumba. Que medo! Tirei uma última foto do farol da montanha Solymi e fui procurar uma saída.





*Aqui em Cambuquira, tinha uma garrafa de água, que batia todos esses monumentos, em feiúra. Ainda bem que o tempo levou.

Arykanda - tradução e pitacos

 
Termas de Arykanda (estufas de plástico, em baixo)

O que eu gostei em Arykanda, é que é uma cidade romana em miniatura. Está sinalizada na estrada Elmali, mas poucos se aventuram a percorrer 100 km para fora de Antalya. Você estaciona em uma venda de frutas e alí ao lado, uma trilha o leva montanha acima. Uns trezentos metros e você passa um templo e chega a uma área coberta. Lá estão mosaicos quase intactos. As cores desbotaram um pouco, mas ainda são tão lindos!
As casas são terraceadas em andares, com pequenos templos privados e quando você dá a volta, chega em uma escadaria de pedra, de uns três metros de largura, que sobe em um ângulo bem íngreme, por uns 50 metros, para os andares da cidade alta.

 E aqui estão as miniaturas. Cortar uma cidade para fora das encostas de uma montanha de rocha, não é fácil. Os lícios tinham feito este trabalho, antes da chegada dos romanos,  mas o que resta hoje, é uma cidade romana. O alto dessa escadaria, vai dar na ágora. A ágora é um local público onde as pessoas podiam se socializar, às vezes eram circundadas por lojas, às vezes, não. Esta era de aproximadamente 50m de comprimento por 15m de largura e tinha uma coluna de mármore quebrada caída para um lado. A vista é para além do vale. É estupenda ou deve ter sido há dois mil anos atrás, hoje o vale é desmatado e estufas de plástico atapetam as partes baixas, em frente. Acima da ágora, está o pequeno anfiteatro com sua acústica perfeita. E como se não bastasse, você ainda sobe a um nível mais alto onde há um meio estádio, uma área elíptica onde se davam competições de atletismo. Fiquei pensando um tempo, imaginando como colocar tudo isso sem desbarrancar morro abaixo. Então, se você quer ágora, anfiteatro e estádio montanha acima, você deve fazê-los um pouco menores. Ninguém fez muita restauração aqui, é um local adormecido. Até o atendente estava dormindo, adormecido mas espetacular. Nem mesmo Disney poderia sonhar uma Arykanda. (texto de Les Walsh)
Escadaria que sobe para a cidade alta

Centro administrativo da cidade



Minhas impressões sobre Arykanda.
Enquanto os homens estavam olhando as frutas na feirinha ao lado, eu fui descobrir Arykanda. Saí para a estrada e comecei a ver túmulos e sarcófagos. Percebi que a necrópole de Arykanda era alí naquele vale.
Nisto passou um carro, como uma Brasília, bem amarelo, todo espandongado com uma senhora no volante que fez, para mim, um sinal de, venha!!! Não tive dúvida, fui. Só fiz sinal para Les e Gé, que estava indo com aquela mulher, para o sítio de Arykanda. Junto com ela, ia um casal e uma menininha linda! Ela sorriu. Paramos, paguei a entrada (todos os turcos estavam isentos de pagar entrada em visitações, na semana do Bayram dos doces) e nos separamos, mas de longe, sempre gritávamos e dávamos adeus. Éramos os únicos turistas em Arykanda aquela hora.
O teatro é muro de arrimo para o estádio, acima.
Mais uma vez, a engenharia dos antigos povos me surpreendeu. Como construíram aquela cidade tão grande, nas grimpas de uma montanha tão íngreme?Muros de arrimo eram as muralhas das ruas baixas e a cada nível a cidade vai ficando menor. Havia um templo de Hélios e um templo de Apolo, deuses solares, uma basílica para Ártemis, uma capela para Sibele, deusas lunares. Pensei: por que será? Mas com o movimento do sol, durante a visitação, deparei com o motivo. A eclíptica passa na frente da cidade. O céu de Arykanda, à noite, deve ser espetacular, pois nada impede a sua contemplação.
Os pinheiros selvagens crescem agora, no meio das ruínas, deixando-as ainda mais belas. Na cidade havia um fórum, termas bem grandes, mas todos os edifícios públicos tinham a metade do tamanho do que em uma cidade plana. Acredito que era só dobrar as vezes: no estádio o atleta dava o dobro das voltas que numa corrida  em estádio normal, os cultos seriam mais demorados, os banhos deviam ser frequentados mais amiúde, enfim, dava para todo mundo fazer tudo e a cidade não perdeu sua grandiosidade por ser menor. Arykanda era linda. Gostaria de ter passado, nesta cidade, um ano inteiro da minha vida. (texto de Ane Walsh)
um espetáculo visual

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Arykanda





Templo de Apolo
What I liked about Arykanda was that it is a Roman city in miniature. It is sign posted off the Elmali road but not many people venture the hundred kilometres from Antalya. You pulll into a fruit sellers market and to the side, a track leads up the mountain. About 300 metres along you pass a Temple and come to a covered area. It is room of mosaics almost intact, The colors are faded a little but it is still very beautiful.

Houses are terraced with small private temples and as you circle you arrive at a stone staircase, 3 meters wide which rises at a steep angle, 50 metres or so, to the upper city.
And here are the miniatures. Cutting a town out of the side of a rocky mountain is not easy. The Lycians had already done this work for the Romans, and what remains today is a Roman town. The top of the staircase emerges onto the Agora. The agora was a public place where people could socialize, sometimes shops surrounded it or not. This one is about 50 by 15 metres and has a broken marble column fallen to one side. The view is out across the valley. It is stupendous or must have been 2 thousand years ago, today the valley is deforested and plastic greenhouses carpet the lower slopes opposite. Above the agora is the little amphitheatre with its perfect acustic.
O teatro, visto a partir do estádio.
And then, if this wasn't enough, you climb to a higher level where amazingly there is a half Stadium, an eliptical area where athletic contests were held. I spent some time imagining how they could fit it all in without falling over the edge. So if you want an agora, amphitheatre and stadium half way up a mountain you have to make them a little smaller!
Nobody has done much restoration work here, it is a sleepy place. Even the attendant was sleeping, sleepy but spectacular, even Disney couldn't dream up Arykanda.


Meio estádio