quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Em Çıralı, foi a segunda parada. Lymira.


 No último dia de Antalya, a despedida foi calorosa. Já tínhamos um amigo, na figura de Tamer, o rapaz do hotel, que nos atendeu tão cordialmente e me chamava de "Beautiful Lady" - isso não é pouco!
O carro da Bacchus Pensyion nos levaria até a estrada para tomarmos um dolmus (diga dolmush [uma espécie de van-lotação], porque este s tem cedilha), que nos levaria para Çıralı. A perspectiva era bem diferente de Antalya, que é uma cidade grande à beira-mar, onde as praias são preservadas e limpas pela municipalidade e vc paga uma taxa (pequena) para entrar. 
Íamos para uma praia distante da massa turística, mais para mochileiros, famílias com crianças, que não querem gastar com o consumo desenfreado das cidades maiores. Um vilarejo, com pensões pequenas, mais simples. Fomos para lá para pegar uma praia, descansar antes de viagem mais pesada e ao mesmo tempo, visitar alguns sítios interessantes: Lymira, Arykanda, Olympus e Chimaera.

Nimphaeum de Lymira
Rio Lymira, com estufas de tomate, ao longe

As romãs são gigantescas e deliciosas!
 Vou começar por Lymira, por último falo de Çıralı.



Lymira devia ser linda. Situada em um vale fértil, com uma montanha atrás do teatro, para melhor acústica, como sempre nas cidades antigas. Em Lymira, a povoação é do Império grego e depois romano. Como quase todas as cidades da Anatólia, pois fizeram parte de um e do outro império. Temos que lembrar que  a mesma Anatólia, passou de mão em mão. Foi caldeia, hitita, urartu, grega, romana, bizantina, otomana, entre outras. Todas as cidades onde acontecem escavações, há diversos chãos e as cidades estão colocadas uma por cima da outra, um templo por cima do outro, um teatro por cima do outro. Os romanos apenas ampliavam os teatros gregos, que tinham, no máximo 12 fileiras de assentos. Então é frequente vermos um teatro com 12 linhas de assentos, uma plataforma e mais linhas de assentos acima.
Velha figueira (pé de figo)
Em Lymira, a exemplo das outras cidades romanas, havia uma avenida de mármore, que era ladeada por colunas, que terminava no Nimphaeum. Um chafariz, ou fontana que servia a cidade. A captação de água sempre foi um primor, nas construções romanas. Aquedutos lindíssimos que traziam água das alturas, ou a cidade se localizava perto de algum rio ou nascente grande. Eles adoravam água corrente e há locais até hoje, onde a água limpa da captação romana, ainda corre pela cidade.  Em toda cidade romana tem um balneário, latrinas, mictórios e fontes nas ruas. As lojas eram pequenas, mas vendiam somente um artigo. Como azeite. Pronto, então só se vende azeite alí. Mel. Então alí só tem mel. E assim por diante. 
As casas de pessoas mais abastadas, ficavam no centro e eram casas de pedra e cantaria. As do povo, eram de madeira e ficavam nos arrebaldes. 
Então, quando vemos uma cidade romana, vemos apenas a parte central, feita de pedra, a ágora, os templos, as praças, o fórum, os edifícios administrativos, bibliotecas e vivendas de pessoas importantes. 
Ao fundo à esquerda, o teatro, à direita, estufas eo rio.
Lymira é interessante pelo seguinte: ela continua viva, apesar das ruínas. Fica em meio a estufas de tomate, plantações de romãs, hortaliças, montes de esterco, gado miúdo e muitas casas são em parte construídas ou sobre os alicerces de casas antigas, ou usando material de construção das casas romanas. Em meio a uma plantação de romãs, diversos sarcófagos de uma necrólope; o rio que abastecia a cidade, passa por cima do Nimphaeum e corre por sobre a avenida de mármore. Muralhas antigas, construídas pelos gregos, delimitam a cidade. E alguém estacionou a lambreta à sombrinha de uma árvore, ao pé da coluna secular...

Necrópole e estufas de hortaliças





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