sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Arykanda - tradução e pitacos

 
Termas de Arykanda (estufas de plástico, em baixo)

O que eu gostei em Arykanda, é que é uma cidade romana em miniatura. Está sinalizada na estrada Elmali, mas poucos se aventuram a percorrer 100 km para fora de Antalya. Você estaciona em uma venda de frutas e alí ao lado, uma trilha o leva montanha acima. Uns trezentos metros e você passa um templo e chega a uma área coberta. Lá estão mosaicos quase intactos. As cores desbotaram um pouco, mas ainda são tão lindos!
As casas são terraceadas em andares, com pequenos templos privados e quando você dá a volta, chega em uma escadaria de pedra, de uns três metros de largura, que sobe em um ângulo bem íngreme, por uns 50 metros, para os andares da cidade alta.

 E aqui estão as miniaturas. Cortar uma cidade para fora das encostas de uma montanha de rocha, não é fácil. Os lícios tinham feito este trabalho, antes da chegada dos romanos,  mas o que resta hoje, é uma cidade romana. O alto dessa escadaria, vai dar na ágora. A ágora é um local público onde as pessoas podiam se socializar, às vezes eram circundadas por lojas, às vezes, não. Esta era de aproximadamente 50m de comprimento por 15m de largura e tinha uma coluna de mármore quebrada caída para um lado. A vista é para além do vale. É estupenda ou deve ter sido há dois mil anos atrás, hoje o vale é desmatado e estufas de plástico atapetam as partes baixas, em frente. Acima da ágora, está o pequeno anfiteatro com sua acústica perfeita. E como se não bastasse, você ainda sobe a um nível mais alto onde há um meio estádio, uma área elíptica onde se davam competições de atletismo. Fiquei pensando um tempo, imaginando como colocar tudo isso sem desbarrancar morro abaixo. Então, se você quer ágora, anfiteatro e estádio montanha acima, você deve fazê-los um pouco menores. Ninguém fez muita restauração aqui, é um local adormecido. Até o atendente estava dormindo, adormecido mas espetacular. Nem mesmo Disney poderia sonhar uma Arykanda. (texto de Les Walsh)
Escadaria que sobe para a cidade alta

Centro administrativo da cidade



Minhas impressões sobre Arykanda.
Enquanto os homens estavam olhando as frutas na feirinha ao lado, eu fui descobrir Arykanda. Saí para a estrada e comecei a ver túmulos e sarcófagos. Percebi que a necrópole de Arykanda era alí naquele vale.
Nisto passou um carro, como uma Brasília, bem amarelo, todo espandongado com uma senhora no volante que fez, para mim, um sinal de, venha!!! Não tive dúvida, fui. Só fiz sinal para Les e Gé, que estava indo com aquela mulher, para o sítio de Arykanda. Junto com ela, ia um casal e uma menininha linda! Ela sorriu. Paramos, paguei a entrada (todos os turcos estavam isentos de pagar entrada em visitações, na semana do Bayram dos doces) e nos separamos, mas de longe, sempre gritávamos e dávamos adeus. Éramos os únicos turistas em Arykanda aquela hora.
O teatro é muro de arrimo para o estádio, acima.
Mais uma vez, a engenharia dos antigos povos me surpreendeu. Como construíram aquela cidade tão grande, nas grimpas de uma montanha tão íngreme?Muros de arrimo eram as muralhas das ruas baixas e a cada nível a cidade vai ficando menor. Havia um templo de Hélios e um templo de Apolo, deuses solares, uma basílica para Ártemis, uma capela para Sibele, deusas lunares. Pensei: por que será? Mas com o movimento do sol, durante a visitação, deparei com o motivo. A eclíptica passa na frente da cidade. O céu de Arykanda, à noite, deve ser espetacular, pois nada impede a sua contemplação.
Os pinheiros selvagens crescem agora, no meio das ruínas, deixando-as ainda mais belas. Na cidade havia um fórum, termas bem grandes, mas todos os edifícios públicos tinham a metade do tamanho do que em uma cidade plana. Acredito que era só dobrar as vezes: no estádio o atleta dava o dobro das voltas que numa corrida  em estádio normal, os cultos seriam mais demorados, os banhos deviam ser frequentados mais amiúde, enfim, dava para todo mundo fazer tudo e a cidade não perdeu sua grandiosidade por ser menor. Arykanda era linda. Gostaria de ter passado, nesta cidade, um ano inteiro da minha vida. (texto de Ane Walsh)
um espetáculo visual

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